segunda-feira, 26 de junho de 2017

Pensando como Jesus: O Sofrimento, a Vida de Pecado e os Ímpios

No post de hoje transcrevo, na íntegra, um sermão que preguei na Igreja Batista Nova Esperança em Piumhi-MG no ano de 2014 e que adaptei como um capítulo de um comentário sobre Primeira Pedro que estou escrevendo e que, se Deus permitir, publicarei ainda este ano, que nos dá princípios claros e fundamentais sobre alguns aspectos do sofrimento e sobre o mundanismo e a tentação de voltarmos a velha vida de pecado, sempre olhando para Jesus e Seu sofrimento na cruz como a resposta, solução e exemplo. Meu desejo é que esta mensagem sirva para a nossa edificação, santificação e para sermos mais semelhantes a Jesus mesmo sofrendo e vivendo em um mundo mau.
_____________________________________________ 
Pensando Como Jesus
1Pedro 3.18-4.6


Introdução: Sofrimento? Vale a pena? Tem propósito? Por que Jesus sofreu tanto? Como encarar esta triste e difícil realidade?

Contexto: Continuando sua carta que fala do sofrimento como parte da vida cristã, dirigida à irmãos que sofriam muito por serem servos fiéis de Deus, Pedro leva nossos olhos para Jesus, o seu sofrimento em nosso lugar e as mudanças que isso deve trazer a nossa vida.

DEVEMOS VALORIZAR O SOFRIMENTO DE JESUS POR NÓS!

É o que lemos no capítulo 3, versículos 18 ao 22. Afinal, Jesus padeceu (sofreu) e morreu por nós na cruz, morreu em nosso lugar, por causa dos nossos pecados, para a nossa salvação. Era o Justo morrendo pelos injustos, o santo pelos pecadores, para nos levar até Deus, ou seja, nos salvar dos pecados, nos perdoar, nos reconciliar com o Pai, nos dar a vida eterna. Tudo por amor, por graça, por misericórdia.

TENDO O MESMO PENSAMENTO QUE ELE QUANTO AO SOFRIMENTO (v3.22-4.1): Pedro começa o capítulo 4 afirmando que devemos nos armar com o mesmo pensamento de Jesus em relação ao sofrimento.
A linguagem aqui é de guerra – se armar para lutar, para se defender e para atacar. E o inimigo aqui é o pecado.
Jesus entendia que o sofrimento valia a pena por um bem maior; o seu sofrimento traria a vitória sobre o pecado e a salvação para o pecador. Jesus tinha convicção de que seu sofrimento e mesmo Sua morte, era algo passageiro, mas a glória é eterna.
Após seu sofrimento e morte, Jesus ressuscitou e subiu ao céu, onde está assentado a destra de Deus, ocupando uma posição de suprema e soberana autoridade, poder e glória, dominando sobre tudo e sobre todos.
Uma importante aplicação aqui é valorizarmos o sofrimento de Jesus tendo o mesmo pensamento que Ele.

Esperar o sofrimento: Saber que ele faz parte da vida e pode nos alcançar a qualquer momento. Não tratá-lo como surpresa ao algo inexistente, não criar expectativas erradas.

Saber que o sofrimento acabará com a morte: O máximo que podemos sofrer é até a morte e, sendo salvos por Cristo, a morte não nos causa temor, pois é nossa entrada no céu, é o fim do sofrimento, do pecado, é a entrada à presença de Deus e ao nosso lar celestial.

Ter a disposição de sofrer por Jesus, como Ele teve de sofrer por nós.
Saber que o sofrimento nos torna melhores: Nos separa do pecado, nos disciplina, nos santifica, nos purifica, além de nos tornar mais sábios, maduros e melhores.

Saber que, o sofrimento na carne produz maior triunfo: Podemos ser vitoriosos no sofrimento, mesmo que seja o sofrimento da morte. Aceitar a possibilidade de sofrer e até de morrer por Cristo como parte da vida cristã, nos afasta do pecado, nos dá uma vida de valor e nos garante galardões e recompensas no céu. Morremos fisicamente, mas viveremos para sempre com Deus, em glória eterna.
Qual tem sido o seu pensamento sobre o sofrimento na vida cristã?

NÃO VOLTANDO JAMAIS PARA A VELHA VIDA DE PECADO (4.2-3): Pedro deixa claro que existem dois tempos distintos na vida do cristão, o passado (vida de pecado, antes de conhecer a Cristo) e o presente (a nova vida com Cristo desde o dia da conversão). Pedro chama a nova vida de “o tempo que nos resta na carne”, no qual, o pecado não deve mais fazer parte (falaremos disso no próximo capítulo).
Pedro mostra que a conversão é uma mudança absoluta e total na vida do pecador, uma mudança de vida, de atitudes e de interesses. Não uma mudança de religião, mas de coração, de amor e de senhor. Antes servíamos ao pecado e a nós mesmos, hoje servimos a Jesus.
Vemos que o tempo de vida passado sem Cristo é um tempo perdido, inútil, sem propósito ou valor algum, apenas de vergonha e tristes conseqüências.
Por isso, não devemos, de forma alguma, voltar para a velha vida e suas antigas e horríveis práticas de pecado. No versículo 3 Pedro mostra que já basta (já chega) o tempo que perdemos vivendo em pecado e fazendo a vontade da carne e dos homens. Chega, basta, não devemos voltar mais.
Ele dá uma descrição da vida de pecado que vivíamos e que os ímpios ainda hoje vivem, e é muito triste:

Dissolução: pecado desenfreado e incontido na sensualidade.
Concupiscência: desejo descontrolado pelo pecado.
Borracheiras/borrachices: Bebedice sem valor, bagunça inútil, porcaria.
Orgias/glutonarias: Entrega desenfreada e descontrolada aos pecados da carne, prática de imoralidade sexual e comilança desenfreada.
Bebedices: Pessoas bebendo e bebendo e, depois de beber tanto e fazer muita besteira, beber mais um pouco para acalmar e se consolar.
Detestáveis ou abomináveis idolatrias: Adoração a ídolos e a prática de pecados por causa deles. No passado, a idolatria estava ligada ao sexo pecaminoso (que era parte do culto e da adoração de muitos ídolos), hoje em dia, a idolatria e suas festas não passam de desculpas para uma vida de imoralidade, bem como uma justificativa para o erro, o pecado e o mal. Nada mais é do que um alívio de consciência para quem quer viver pecando. Isso quando o sexo não é a própria idolatria da pessoa.

Todos estes pecados, os prazeres dos ímpios (um resumo das festas e comemorações dos incrédulos é: imoralidade, bebedice, bagunça, etc) são descritos na Bíblia como atos de maldade desprezíveis diante de Deus. Não devemos apoiar, participar e nem aceitar como bom ou normal.

Uma aplicação pertinente: Para esta vida JAMAIS devemos voltar, nunca e nem por um pouco de tempo. Já desperdiçamos muito tempo e saúde nisso. Como salvos não devemos voltar para lá, nem mesmo nas datas religiosas ou comemorações de fim de ano, que devem ser voltadas para Jesus no natal e para a gratidão a Deus no ano novo, não para a bebedice e imoralidade. Você tem voltado para essa vida pecaminosa, errada e horrível? Se arrependa e volte-se para Cristo. Se continua amando e participando destes fastas carnais, mundanas e idólatras, talvez não é salvo e precisa nascer de novo. Arrependa-se e creia em Jesus.

DEIXANDO OS ÍMPIOS DE LADO (v4.4-6): Algo que os crentes para quem Pedro escreveu e nós hoje também passamos são as dificuldades com os incrédulos por ocasião de nossa conversão e mudança de vida. Pedro diz que os ímpios fazem duas coisas das quais não devemos nos importar e, muito menos, deixar de servir a Deus por causa delas:

Acham estranho nossa nova vida: Eles não entendem a nossa conversão, não entendem como deixamos o pecado, porque não participamos mais com eles nas festas pecaminosas e abomináveis. Tudo isso é muito estranho e esquisito para aqueles que só vivem para pecar.
Blasfemam de nós: Um tempo depois de achar estranho e tentar, sem sucesso, levar o salvo de volta para o pecado (se voltar não é salvo), eles começam a blasfemar de nós, ou seja, difamar, criticar, mentir, zombar, ofender e humilhar. Isto faz com que muitas pessoas deixem a Jesus e voltem para o pecado, mas não deve ser assim. Não devemos nos importar, nem ligar, não dar ouvidos, deixá-los falando, não responder e muito menos ficar sofrendo por isso. Se fossem amigos de verdade não estariam chamando para o pecado e aceitariam nossa decisão de servir a Cristo, mas não são, são ímpios, maus, que odeiam a Deus, pessoas perversas e condenadas que querem nos ver longe de Deus e destruídos no pecado como ele.

Tais pessoas serão julgadas por Deus: Também não devemos nos vingar ou maltratar tais pessoas, apenas deixar quieto, pois o próprio Deus, que é o justo Juiz, digno de julgar e com o poder de o fazer, os condenará um dia. Os zombadores irão prestar contas a Deus e padecerão o castigo eterno e a condenação no inferno.

Conclusão: O sofrimento fará parte de nossa vida aqui, mesmo servindo ao Senhor podemos sofrer por Ele ou por outras razões, mas devemos olhar para Jesus que sofreu muito mais por amor a nós e permanecermos firmes com o mesmo sentimento dele.
Um dia morreremos, como os irmãos do passado já morreram, mas hoje estão no céu, na glória, com Deus,  onde, um dia, também estaremos, ao passo que os ímpios, que rejeitam a Cristo e zombam dos crentes, estarão condenados no inferno para sempre. Valorizamos o sofrimento de Jesus? Você valoriza o sofrimento Dele por você? Vamos sempre pensar como Jesus!
__________________________________________________

Deus abençoe a todos!
Pr. Luiz Miguel

Nenhum comentário: