No post de hoje transcrevo, na íntegra, um sermão que preguei na Igreja Batista Nova Esperança em Piumhi-MG no ano de 2014 e que adaptei como um capítulo de um comentário sobre Primeira Pedro que estou escrevendo e que, se Deus permitir, publicarei ainda este ano, que nos dá princípios claros e fundamentais sobre alguns aspectos do sofrimento e sobre o mundanismo e a tentação de voltarmos a velha vida de pecado, sempre olhando para Jesus e Seu sofrimento na cruz como a resposta, solução e exemplo. Meu desejo é que esta mensagem sirva para a nossa edificação, santificação e para sermos mais semelhantes a Jesus mesmo sofrendo e vivendo em um mundo mau.
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Pensando
Como Jesus
1Pedro 3.18-4.6
Introdução:
Sofrimento? Vale a pena? Tem propósito? Por que Jesus sofreu tanto? Como
encarar esta triste e difícil realidade?
Contexto:
Continuando sua carta que fala do sofrimento como parte da vida cristã, dirigida
à irmãos que sofriam muito por serem servos fiéis de Deus, Pedro leva nossos
olhos para Jesus, o seu sofrimento em nosso lugar e as mudanças que isso deve
trazer a nossa vida.
DEVEMOS
VALORIZAR O SOFRIMENTO DE JESUS POR
NÓS!
É
o que lemos no capítulo 3, versículos 18 ao 22. Afinal, Jesus padeceu (sofreu)
e morreu por nós na cruz, morreu em nosso lugar, por causa dos nossos pecados,
para a nossa salvação. Era o Justo morrendo pelos injustos, o santo pelos
pecadores, para nos levar até Deus, ou seja, nos salvar dos pecados, nos
perdoar, nos reconciliar com o Pai, nos dar a vida eterna. Tudo por amor, por
graça, por misericórdia.
TENDO
O MESMO PENSAMENTO QUE ELE QUANTO AO SOFRIMENTO (v3.22-4.1): Pedro começa o capítulo
4 afirmando que devemos nos armar com o mesmo pensamento de Jesus em relação ao
sofrimento.
A
linguagem aqui é de guerra – se armar para lutar, para se defender e para
atacar. E o inimigo aqui é o pecado.
Jesus
entendia que o sofrimento valia a pena por um bem maior; o seu sofrimento
traria a vitória sobre o pecado e a salvação para o pecador. Jesus tinha convicção
de que seu sofrimento e mesmo Sua morte, era algo passageiro, mas a glória é
eterna.
Após
seu sofrimento e morte, Jesus ressuscitou e subiu ao céu, onde está assentado a
destra de Deus, ocupando uma posição de suprema e soberana autoridade, poder e glória,
dominando sobre tudo e sobre todos.
Uma
importante aplicação aqui é valorizarmos o sofrimento de Jesus tendo o mesmo
pensamento que Ele.
Esperar o
sofrimento:
Saber que ele faz parte da vida e pode nos alcançar a qualquer momento. Não
tratá-lo como surpresa ao algo inexistente, não criar expectativas erradas.
Saber que o
sofrimento acabará com a morte: O máximo que podemos sofrer é até a morte
e, sendo salvos por Cristo, a morte não nos causa temor, pois é nossa entrada
no céu, é o fim do sofrimento, do pecado, é a entrada à presença de Deus e ao
nosso lar celestial.
Ter a
disposição de sofrer por Jesus, como Ele teve de sofrer por nós.
Saber que o
sofrimento nos torna melhores: Nos separa do pecado, nos disciplina, nos
santifica, nos purifica, além de nos tornar mais sábios, maduros e melhores.
Saber que,
o sofrimento na carne produz maior triunfo: Podemos ser vitoriosos no
sofrimento, mesmo que seja o sofrimento da morte. Aceitar a possibilidade de
sofrer e até de morrer por Cristo como parte da vida cristã, nos afasta do
pecado, nos dá uma vida de valor e nos garante galardões e recompensas no céu.
Morremos fisicamente, mas viveremos para sempre com Deus, em glória eterna.
Qual
tem sido o seu pensamento sobre o sofrimento na vida cristã?
NÃO
VOLTANDO JAMAIS PARA A VELHA VIDA DE PECADO (4.2-3): Pedro deixa claro que
existem dois tempos distintos na vida do cristão, o passado (vida de pecado,
antes de conhecer a Cristo) e o presente (a nova vida com Cristo desde o dia da
conversão). Pedro chama a nova vida de “o
tempo que nos resta na carne”, no qual, o pecado não deve mais fazer parte
(falaremos disso no próximo capítulo).
Pedro
mostra que a conversão é uma mudança absoluta e total na vida do pecador, uma
mudança de vida, de atitudes e de interesses. Não uma mudança de religião, mas
de coração, de amor e de senhor. Antes servíamos ao pecado e a nós mesmos, hoje
servimos a Jesus.
Vemos
que o tempo de vida passado sem Cristo é um tempo perdido, inútil, sem
propósito ou valor algum, apenas de vergonha e tristes conseqüências.
Por
isso, não devemos, de forma alguma, voltar para a velha vida e suas antigas e
horríveis práticas de pecado. No versículo 3 Pedro mostra que já basta (já
chega) o tempo que perdemos vivendo em pecado e fazendo a vontade da carne e
dos homens. Chega, basta, não devemos voltar mais.
Ele
dá uma descrição da vida de pecado que vivíamos e que os ímpios ainda hoje
vivem, e é muito triste:
Dissolução: pecado
desenfreado e incontido na sensualidade.
Concupiscência: desejo
descontrolado pelo pecado.
Borracheiras/borrachices: Bebedice
sem valor, bagunça inútil, porcaria.
Orgias/glutonarias: Entrega desenfreada e descontrolada aos
pecados da carne, prática de imoralidade sexual e comilança desenfreada.
Bebedices: Pessoas
bebendo e bebendo e, depois de beber tanto e fazer muita besteira, beber mais
um pouco para acalmar e se consolar.
Detestáveis
ou abomináveis idolatrias: Adoração a ídolos e a prática de pecados
por causa deles. No passado, a idolatria estava ligada ao sexo pecaminoso (que era
parte do culto e da adoração de muitos ídolos), hoje em dia, a idolatria e suas
festas não passam de desculpas para uma vida de imoralidade, bem como uma
justificativa para o erro, o pecado e o mal. Nada mais é do que um alívio de
consciência para quem quer viver pecando. Isso quando o sexo não é a própria
idolatria da pessoa.
Todos
estes pecados, os prazeres dos ímpios (um resumo das festas e comemorações dos
incrédulos é: imoralidade, bebedice, bagunça, etc) são descritos na Bíblia como
atos de maldade desprezíveis diante de Deus. Não devemos apoiar, participar e
nem aceitar como bom ou normal.
Uma
aplicação pertinente: Para esta vida JAMAIS devemos voltar, nunca
e nem por um pouco de tempo. Já desperdiçamos muito tempo e saúde nisso. Como
salvos não devemos voltar para lá, nem mesmo nas datas religiosas ou comemorações
de fim de ano, que devem ser voltadas para Jesus no natal e para a gratidão a
Deus no ano novo, não para a bebedice e imoralidade. Você tem voltado para essa
vida pecaminosa, errada e horrível? Se arrependa e volte-se para Cristo. Se
continua amando e participando destes fastas carnais, mundanas e idólatras, talvez
não é salvo e precisa nascer de novo. Arrependa-se e creia em Jesus.
DEIXANDO
OS ÍMPIOS DE LADO (v4.4-6): Algo que os crentes para quem Pedro escreveu e nós
hoje também passamos são as dificuldades com os incrédulos por ocasião de nossa
conversão e mudança de vida. Pedro diz que os ímpios fazem duas coisas das
quais não devemos nos importar e, muito menos, deixar de servir a Deus por
causa delas:
Acham
estranho nossa nova vida: Eles não entendem a nossa conversão, não
entendem como deixamos o pecado, porque não participamos mais com eles nas
festas pecaminosas e abomináveis. Tudo isso é muito estranho e esquisito para
aqueles que só vivem para pecar.
Blasfemam
de nós:
Um tempo depois de achar estranho e tentar, sem sucesso, levar o salvo de volta
para o pecado (se voltar não é salvo), eles começam a blasfemar de nós, ou
seja, difamar, criticar, mentir, zombar, ofender e humilhar. Isto faz com que
muitas pessoas deixem a Jesus e voltem para o pecado, mas não deve ser assim.
Não devemos nos importar, nem ligar, não dar ouvidos, deixá-los falando, não
responder e muito menos ficar sofrendo por isso. Se fossem amigos de verdade
não estariam chamando para o pecado e aceitariam nossa decisão de servir a
Cristo, mas não são, são ímpios, maus, que odeiam a Deus, pessoas perversas e
condenadas que querem nos ver longe de Deus e destruídos no pecado como ele.
Tais
pessoas serão julgadas por Deus: Também não devemos nos vingar ou
maltratar tais pessoas, apenas deixar quieto, pois o próprio Deus, que é o justo
Juiz, digno de julgar e com o poder de o fazer, os condenará um dia. Os
zombadores irão prestar contas a Deus e padecerão o castigo eterno e a
condenação no inferno.
Conclusão: O
sofrimento fará parte de nossa vida aqui, mesmo servindo ao Senhor podemos
sofrer por Ele ou por outras razões, mas devemos olhar para Jesus que sofreu
muito mais por amor a nós e permanecermos firmes com o mesmo sentimento dele.
Um
dia morreremos, como os irmãos do passado já morreram, mas hoje estão no céu,
na glória, com Deus, onde, um dia,
também estaremos, ao passo que os ímpios, que rejeitam a Cristo e zombam dos
crentes, estarão condenados no inferno para sempre. Valorizamos o sofrimento de
Jesus? Você valoriza o sofrimento Dele por você? Vamos sempre pensar como
Jesus!
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Deus abençoe a todos!
Pr. Luiz Miguel
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