quinta-feira, 2 de abril de 2009

Ronaldo, o Futebol e a Vida Cristã


Nos últimos meses temos sido bombardeados por inúmeras notícias referentes ao jogador de futebol Ronaldo o “fenômeno”.

Desde que sua volta para o futebol brasileiro foi anunciada e sua contratação pelo Corinthians oficializada, não se passa um dia sequer sem que tenhamos, ao menos, uma notícia sobre ele nos veículos de comunicação, seja nos telejornais, na mídia impressa ou na internet.
Essa “idolatria” pelo jogador tem base em sua carreira de sucesso, na sua recuperação de seguidas cirurgias no joelho e pelos gols marcados desde seu retorno aos gramados.

Diante disso, tenho me perguntado nos últimos dias o quanto nós crentes “idolatramos” o futebol, os jogadores de futebol e, naturalmente, apoiamos a imoralidade, a promiscuidade, a esbanjação e o pecado.

Não quero ser chato ou parecer extremista, além de tudo porque gosto de futebol, gosto muito, desde a infância joguei e acompanhei este esporte tão popular no mundo todo. Sonhei e até tentei ser jogador profissional, mas hoje agradeço a Deus por ter me livrado deste mundo tão perverso, sujo e podre. Podre? Sim, com certeza.

Amigos, quem é Ronaldo, o jogador tão idolatrado do momento? Ninguém além de um craque dentro dos gramados mas um “perna de pau” na sua vida pessoal. Infelizmente, todos sabemos que, apesar da fama e do dinheiro, é uma pessoa infeliz, incapaz de se manter num relacionamento com uma só esposa, que “vira e mexe” está envolvido em escândalos de natureza sexual e até com travestis.

Mas isso não é exclusividade do “fenômeno”. Ontem, enquanto esperava para ser atendido pelo médico Ortopedista que está tratando de um problema no meu joelho (causado enquanto brincava jogando futebol... irônico não?!), estava folheando uma revista “Veja” do dia 4 de fevereiro deste ano, com a matéria de capa: “Por que eles nunca crescem?” que tratava dos jogadores que se destacam dentro de campo, fazem sucesso mundialmente, enriquecem rapidamente, mas que não conseguem amadurecer em suas vidas pessoais e sempre se envolvem em escândalos, normalmente, de natureza sexual ou de esbanjação de dinheiro com automóveis caríssimos, mansões, casas na praia, etc. A lista era grande e incluía Robinho, o destaque da matéria devido ao fato de ter sido acusado de estupro na Inglaterra recentemente (foi inocentado, mas comprovou-se que teve relações com a jovem que o acusou, traindo assim sua esposa), o próprio Ronaldo, Adriano, Cristiano Ronaldo e outros, simplesmente alguns dos maiores jogadores da atualidade.

Amados, sabemos que muitos jogadores no Brasil alcançam o sucesso rápido devido ao talento nato com a bola nos pés, característica do nosso país mas que, ao mesmo tempo, não possuem uma estrutura familiar e um preparo mental, físico, psicológico e,principalmente, espiritual, para saírem, de um dia para o outro, da pobreza para a riqueza e do anonimato para a fama, o que os leva a tantos problemas em suas vidas pessoais.

Não pretendo humilhar estes homens, pelo contrário, tenho pena deles e oro pela salvação de suas almas, espero que um dia conheçam a Cristo Jesus e desfrutem, de verdade, de uma vida feliz e de valor. Mas o que enfatizo é a atenção demasiada que damos ao futebol, o quanto nos apegamos a ele, nos envolvemos, gastamos (tempo e dinheiro), torcemos, brigamos, falamos e pensamos, num esporte que é protagonizado, em grande parte, por pessoas com vidas horríveis e contrárias a Palavra de Deus e seus princípios.
Além disso, tem a enorme quantia de dinheiro investida nisso, enquanto milhares de pessoas passam fome e estão doentes, os governos, ao invés de dar atenção aos reais problemas das nações (dos estados e das cidades também) investem no futebol, ajudando clubes falidos (devido a própria corrupção interna), promovendo eventos e aumentam a propaganda. Imaginem, uma Copa do Mundo no Brasil, quanto dinheiro será investido, quantas pessoas mobilizadas, quanto trabalho... Será que é disso que o Brasil está precisando no momento?

O Mundo mergulhado numa crise financeira e os jogadores, e seus clubes enriquecendo cada vez mais, a custa de pessoas que gastam seu sustento naquilo que não é pão, que, como disse um professor de Ética e Cidadania na época do Ensino Médio: “deixam de comprar o leite das crianças para ir ao estádio torcer pelo seu time do coração” (recentemente vi um torcedor dizer palavras semelhantes numa entrevista).

Alguns alegam que o futebol trás alegria, que distrai o povo diante de tanto sofrimento. Que besteira! E pensar que, quando adolescente, eu pensava assim. Essa ideia é transmitida pela mídia, que quer abafar, esconder, anestesiar o povo dos verdadeiros problemas e distraí-los com o futebol. Em tudo isso exite muitos interesses políticos e financeiros de muitos lados, inclusiva da própria mídia que oculta os fatos mais sujos dos jogadores que tanto exalta.

Será que o futebol trás tanta alegria assim? Então por que sempre temos notícias de brigas de torcedores, de verdadeiras guerras que acontecem dentro e fora dos estádios, de mortes e mais mortes devido a problemas com torcedores rivais e com a polícia? Sempre me lembro do que disse o Pastor John Lee, professor no Seminário: “O futebol está pior do que religião, as pessoas estão se matando por causa dos seus times, enquanto antigamente brigavam por causa de sua fé.”

É verdade, hoje em dia o futebol é mais importante do que religião para muitas pessoas, inclusive para alguns crentes que deixam de ir aos cultos para assistir os jogos, que não contribuem coma obra de Deus mas que compram o uniforme e assessórios do seu time do coração, que dormem no durante a pregação mas assistem os jogos tranquilamente, etc.

Hoje estou no ministério e muita coisa mudou em meu pensamento desde que sonhava em ser um jogador, talvez alguns achem que estou exagerando no que digo agora, que não tem “nada a ver”, que é só um jogo, um passatempo, que é só saber controlar. Bem, não quero dizer que é “Pecado” gostar de futebol, assistir aos jogos ou torcer por um time, eu mesmo faço isso, mas quero levar a reflexão do quanto damos valor e nos envolvemos com isso, do quanto isso nos domina e de que, por trás de tudo, estão vidas depravadas, imorais e descontroladas que, querendo ou não, são os ídolos da sociedade e, muitas vezes, os nossos.

Idolatria é pecado e se algo nos domina, se torna um ídolo. O futebol tem sido o de muitos no mundo todo, e um ídolo destruidor, até mesmo para os que vivem dele, será que tem sido o nosso?

Continuo gostando de um bom jogo, de brincar de vez em quando, de saber os resultados do meu time, mas não me importo mais se ganha ou perde, não deixo de fazer as coisas de Deus ou da vida no dia a dia por causa disso, não vale a pena, é algo passageiro, vazio, ilusório, enganoso, escravizador e sem propósito algum, tanto aqui quanto na eternidade.

Concluo declarando que não é só o futebol que se encaixa nessa discussão, outros tipos de esportes e entretenimentos, como o cinema, por exemplo, são claras manifestações de coisas vãs, praticadas por pessoas imorais, com muito dinheiro jogado fora, que as pessoas idolatram. Podemos incluir aqui também a música e a literatura.

Assim, aplico os mesmos princípios e espero que nós, salvos por Jesus Cristo, povo de Deus, possamos ser diferentes do mundo também nessa área, não tendo outros deuses e nem apoiando o pecado, mas adorando e servindo somente ao Deus Vivo e Verdadeiro e ao Nosso Salvador e Senhor Cristo Jesus. Isso sim é importante e tem valor na eternidade.

“Não terás outros deuses diante de mim.” (Êxodo 20.3)

“Provando sempre o que é agradável ao Senhor. E não sejais cúmplices nas obras infrutíferas das trevas, antes, porém, reprovai-as. Porque o que eles fazem em oculto, o só referir é vergonha.” (Efésios 5.10-12)
(Vale a pena ler o capítulo 5 de Efésios do início ao versículo 15, pois se aplica muito bem dentro do contexto da discussão acima)

Um comentário:

Anônimo disse...

Bonito texto Pastor Miguel, bastante reflexivo e verdadeiro.
Edinei